Após anos de luta contra o câncer, Antônio Correia da Silva (Bahiano) faleceu aos 73 anos no último final de semana na capital
Chefe de cozinha e servidor estadual por quase 30 anos, Antônio Correia da Silva, conhecido como Bahiano, divulgou a gastronomia de Mato Grosso do Sul por todos os cantos do país durante feiras e eventos turísticos. Nascido no município de Mata do São João (BA), Bahiano veio para Mato Grosso do Sul em 1975.
A paixão pela cozinha começou em seu antigo restaurante, o Recanto Bahiano, conhecido pela velha guarda campo-grandense. “Como eu já tinha conhecimento da gastronomia regional, ficou mais fácil participar das feiras e congressos divulgando a cultura gastronômica de Mato Gross do Sul”, disse ele numa entrevista.
Foram mais de duas décadas de dedicação ao turismo do Estado. Sempre com um sorriso no rosto, ele atuou como motorista, encarregado do depósito de material de divulgação dos destinos turísticos de MS e, principalmente como chef de cozinha. Era nessa função que ele se realizava e preparava com carinho os tradicionais arroz carreteiro, macarrão de comitiva e sopa paraguaia. Mas o carro chefe mesmo era o famoso caldo de piranha, típica iguaria pantaneira.
Sucesso por onde passava, ele falava que tinha um ingrediente especial usado para dar o diferencial no seu famoso prato. “O amor, a paixão com que faço é o diferencial. Há anos venho aperfeiçoando a técnica de fazer esse caldo e com muita dedicação”, disse ele durante uma degustação anos atrás.
Homenagem em vida
Em 2021, durante a comemoração de 20 anos da Fundação de Turismo de MS, Bahiano foi o mais votado em uma enquete que escolheu duas pessoas que simbolizassem todo o grupo que trabalhou na entidade durante as duas décadas, para que fossem homenageadas. O mais votado foi Antônio Correia da Silva, o Bahiano, figura reconhecida também pelo trade turístico regional e nacional. Ele não pôde estar presente na homenagem, mas foi aplaudido e ovacionado por todos.
O diretor-presidente da FundturMS, Bruno Wendling, falou em nome de todos os colegas do turismo. “Lamentamos muito o falecimento do nosso querido Bahiano. Eu, particularmente, o conheço há quase duas décadas. Uma figura conhecida em todo o Brasil, ele foi um ícone da divulgação do turismo de Mato Grosso do Sul por meio da sua gastronomia e, principalmente, pelo famoso Caldo de Piranha. A família Fundação de Turismo vai sentir muito a falta dele”.
Texto: Débora Bordin / Foto: arquivo FundturMS