Em show primoroso, quase que uma cerimônia afro-brasileira, a cantora baiana Mariene de Castro abriu a última noite do 13º Festival de Inverno no Palco Integração, na Praça Generoso Ponce, em grande estilo, emanando toda sua brasilidade e muito amor para 10 mil pessoas.
Com uma mesa com água fresca e rosas brancas à frente do palco, Mariene surgiu como uma entidade da religiosidade afro-brasileira, com seu timbre poderoso e singular interpretando belíssimas canções de maracatu e samba de roda, do jeito que Corumbá gosta.
Em entrevista, Mariene disse que escolheu esses ritmos por escolha do coração: “Ele sente isso, tem a ver com minhas origens, com as coisas que acredito, que sinto, e vai pro palco comigo. É um show com muita cultura brasileira, baiana especialmente, com repertório dos meus cinco álbuns, um pouquinho de cada disco, uma apresentação muito especial”.
“Vamos celebrar a vida, a natureza, emanar amor e vibrar com essa lua que só vai se repetir daqui a dois anos”, disse ela em referência ao fenômeno da super lua e na sequência lançando as rosas ao público.
Com praticamente todas as canções cantadas em coro pelas pessoas presentes, Mariene prestou homenagem à “guerreira” Clara Nunes em “Iansã”, sendo acompanhada pelo público que em uníssono interagia: “Foi pro mar!”: “Iansã penteia / Os seus cabelos macios / Quando a luz da lua cheia / Clareia as águas do rio / Ogum sonhava / Com a filha de Nanã E pensava que as estrelas / Eram os olhos de Iansã”.
“O palco é meu templo, onde converso com Deus e oferto minhas flores com vida. Agradeço ao governo de Mato Grosso do Sul por trazer a música brasileira a esse evento maravilhoso”, finalizou ela, com toda sua singeleza.
Texto: Fabio Pellegrini
Fotos: Daniel Reino