Campo Grande (MS) – A observação de aves em Campo Grande recebeu um importante estímulo e valorização. Biólogos, pesquisadores técnicos e apreciadores têm agora um instrumento auxiliar para facilitar a prática na Capital. No sábado (11), foi lançada no Parque Estadual do Prosa, uma placa de identificação de aves, que traz o nome científico, o nome popular e informações das espécies que podem ser encontradas na área. É a segunda Unidade de Conservação gerenciada pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) a receber este equipamento – o primeiro foi o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema.
A instalação da placa é resultado de parceria realizada entre o Imasul, a WWF Brasil e o Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo. Ao todo, dez locais de Mato Grosso do Sul, dentre eles cinco Unidades de Conservação gerenciadas pelo Imasul, receberão placas de identificação de aves. De acordo com a WWF-Brasil, a intenção, ao produzir a placa, é promover a educação ambiental, mostrando a diversidade biológica das unidades de conservação e áreas verdes, muitas vezes não percebida pelo público visitante.
De acordo com o gerente de Unidades de Conservação do Imasul, Leonardo Tostes Palma, “a parceria do Imasul com o WWF Brasil e o Instituto Mamede vai estimular a observação de aves. A nossa intenção é disponibilizar essas unidades de conservação para quem realmente observa. São pessoas que têm consciência na hora de entrar nessas áreas e nos auxiliam com um trabalho muito importante. Vamos agora analisar a proposta de credenciar os observadores de ave para que eles tenham acesso facilitado nesses parques”.
Júlia Boock, analista de conservação do Programa Cerrado Pantanal, do WWF-Brasil, afirmou que o WWF-Brasil “apoia e incentiva ações de conservação em UCs e entende que a visitação com fins de observação, contemplação e educação ambiental, auxilia a conservação das espécies, uma vez que integra o homem ao meio ambiente, despertando nele o sentimento de pertencimento”.
A sócia-diretora do Instituto Mamede, Simone Mamede explicou que a atividade realizada no Parque Estadual do Prosa é resultado de uma força-tarefa entre diversos atores que lutam por um mundo mais harmônico entre o ser humano e a natureza. “Esta iniciativa de fomento da observação da vida silvestre através de instrumentos como a placa interpretativa, diálogos ou de diversas outras formas de linguagem interativa vêm estimulando o empenho de cidadãos cientistas e o fortalecimento da educação para a sustentabilidade regional, formando assim novos agentes de proteção da biodiversidade, em especial para as Unidades de Conservação”, disse.
O Instituto Mamede deu o aporte técnico-cientifico na área de ornitofauna para a elaboração dos textos de cada espécie de modo a torná-los mais compreensíveis pelo público geral, na pré-seleção das espécies mais representativas juntamente com o WWF, além da mobilização da comunidade juntamente com integrantes do COA Campo Grande num processo de Ciência Cidadã com ações no Shopping Norte Sul Plaza e em redes sociais.
O Instituto teve ainda, o papel de identificar a artista plástica que desenvolve trabalhos na área de biodiversidade e dialogar para que o processo de criação incluísse informações relevantes sobre as estruturas morfológicas de cada espécie sem, contudo, perder a essência individual e a sensibilidade da obra artística impressa em cada arte produzida.
Para a pesquisadora em ornitofauna e educadora ambiental, Maristela Benites, a ação realizada no sábado “foi simbólica, mas representou momento marcante de mobilização cidadã em torno de temas relevantes e atuais, como: unidades de conservação, controle social e participação efetiva da comunidade na gestão de áreas públicas protegidas, monitoramento da biodiversidade em unidades de conservação, educação ambiental e ciência cidadã. Ressalta-se ainda, que participaram do evento pessoas das mais diversas áreas de atuação profissional e de diferentes faixas etárias, provando que a temática ambiental é de interesse de toda a sociedade.
Fonte: Semade