Campo Grande (MS) – Na manhã desta segunda-feira (04), o Governador Reinaldo Azambuja assinou a ordem de serviço para o reinício das obras do Aquário do Pantanal, o maior aquário de água do doce do mundo. O empreendimento será um importante equipamento para o turismo sul-mato-grossense, refletindo um dos maiores ecossistemas da humanidade, com Centro de Visitação, Centro de Interatividade, Centro de Pesquisa e Biblioteca. A construção estava paralisada há nove meses e deve ser concluída em 14 meses.
Durante o evento o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Nelson Cintra, disse que o Aquário do Pantanal será um grande produto para Mato Grosso do Sul e importante para o desenvolvimento do turismo. “Temos trazido muitas operadoras nacionais e internacionais para conhecer a obra e todos ficam maravilhados. O aquário do Pantanal vai ser um grande produto para Mato Grosso do Sul e por isso a Fundação de Turismo agradece o empenho do Governo do Estado na conclusão dessa obra e ao comprometimento do arquiteto Ruy Ohtake, da empresa Cataratas do Iguaçu S.A que vai ser a administradora do Aquário, e de todos os envolvidos. Inclusive estamos negociando a abertura de voos vindos de Foz do Iguaçu. O Aquário é um marco para a história do turismo de MS”, afirmou.
O aquário é projetado para impulsionar o turismo e servir como Centro de pesquisa científica e de educação ambiental. Assinado pelo arquiteto Ruy Ohtake, a construção tem 18.636 metros quadrados.
O projeto apresenta uma estrutura de 90 metros de comprimento e 18 de altura. O prédio possui um amplo saguão, equipado com banheiros, setor de informações, auditório para 250 pessoas, restaurante, lanchonete, biblioteca e bancada de interação, entre outros detalhes. Escadas rolantes comuns e elevadores próprios para portadores de necessidades especiais levam o visitante aos tanques e a um ambiente especial para as sucuris. Nos ambientes externos, ficarão plantas nativas do Pantanal, jacarés, ariranhas e lontras, entre outros animais.
Estrutura
O aquário terá uma área de 18,6 mil metros quadrados, no total serão 24 tanques de aquários, somando um volume de água de 6,6 milhões de litros de água. Serão aproximadamente 7.000 animais em exposição, subdivididos em mais de 200 espécies (peixes, invertebrados, répteis e mamíferos).
Serão retratadas, por exemplo, as baías por meio de tanques rasos, que incluirão várias espécies típicas de filhotes de peixes e cenografia que reproduz o ambiente das grandes lagoas pantaneiras, retratando seu papel de berçário da vida aquática.
Além de um extraordinário monumento de atração turística, o espaço servirá como o maior centro de difusão do conhecimento sobre a biodiversidade pantaneira do país. Os impactos científicos e tecnológicos para o Brasil, Mato Grosso do Sul e o bioma Pantanal serão incalculáveis. O aquário vai oferecer oportunidade única para estudantes, cientistas e pesquisadores se aprofundarem sobre questões ambientais.
Para o arquiteto Ruy Ohtake, o Aquário será emblema principal da política de biodiversidade e para o turismo do estado. “Espero que a obra do Aquário termine rapidamente. Fico feliz porque já está havendo uma movimentação no setor turístico. Nós já começamos a perceber vários hotéis novos e muitos sendo concluídos”, destacou.
Todos os turistas que visitam o Pantanal e Bonito passarão a ter um atrativo a mais em Mato Grosso do Sul e com isso vão permanecer pelo menos uma noite na Capital. A rede de hotéis, restaurantes, bares, lojas, táxis, entre outros estabelecimentos terão um aquecimento significativo em suas vendas.
Além de enriquecer consideravelmente a oferta turística de Campo Grande e Mato Grosso do Sul, o local vai oferecer uma atração de entretenimento. O Aquário vai utilizar tecnologias inovadoras, bem como técnicas interativas e interdisciplinares para garantir que os estudantes tenham uma experiência acadêmica agradável.
O espaço será transformado em uma importante ferramenta de conservação de animais aquáticos e de pesquisa. Em uma escala mais universal, o aquário do Pantanal vai oferecer a oportunidade única para estudantes, cientistas e pesquisadores se aprofundarem sobre questões ambientais e a biodiversidade brasileira.
Espaços criados
O prédio principal contará com uma estrutura metálica elíptica que vai abrigar auditório com 250 lugares, bancada multimídia, biblioteca especializada na ictiofauna pantaneira, sala de informática, loja e livraria. O espaço também terá o Museu da Biodiversidade, que irá expor vários tipos de materiais sobre a formação do Pantanal e sua importância cultural e ambiental. O local será dotado de equipamento multimídia com telas holográficas onde o público terá acesso às informações.
O saguão do pavilhão terá visibilidade para todo o conjunto de acesso ao circuito dos aquários. Também existirá uma área científica composta por laboratórios com ampla vista para o público, salas para técnicos, cientistas e estudiosos.
Além do seu aspecto lúdico, a grande importância do Aquário do Pantanal é que vai oferecer espaços de educação ambiental e de pesquisas voltadas à conservação dos ecossistemas aquáticos. Ele vai disseminar o conhecimento e sensibilizar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente. Ele vai ser um grande elo entre a sociedade e o conhecimento científico sobre ambientes aquáticos.
Centro de Visitação
O Centro de Visitação tem finalidade turística e é nele que se concentram as atrações de base do Aquário do Pantanal. A intenção desse componente será retratar de forma sintética e objetiva toda biodiversidade dos ambientes aquáticos do Pantanal.
O espaço é composto por diversas unidades de aquário ou aquaterrário, sendo cada um deles um retrato da diversidade do ambiente pantaneiro exposto, buscando um a um, e ao mesmo tempo, a harmonia necessária na relação entre os diversos animais e plantas em exposição.
A manutenção dos animais e plantas expostos buscará a melhor qualidade de vida para eles, que será aferida a partir de padrões de comportamento e desenvolvimento das espécies. O manejo das espécies em exposição será objeto de estudo e pesquisa constante servindo como um grande laboratório vivo para maior entendimento sobre a biologia e ecologia da fauna e flora do Pantanal.
O ambiente das Piranhas será outro grande atrativo do local, configurando-se como um tanque cilíndrico com diferentes espécies de piranhas, tronco central e vegetação aquática. Os Corixos, que são basicamente canais fluviais, serão representados por tanques rasos, simulando os canais que ligam as lagoas aos rios.
Seguindo esta lógica de representação o Centro de Visitação será composto principalmente pelos tanques internos e os tanques externos. Os tanques internos compreendem um complexo de 18 tanques contendo os seguintes temas: Baías, Piranhas, Corixos, Rio Aquidauana, Rio Miranda, Sucuriu, Bonito, Galeria de Biodiversidade, Galeria de Biodiversidade do Brasil, Tanque de Contato, Rio Paraguai, Ornamental.
Já os tanques externos formam um conjunto de seis tanques ao ar livre contendo os seguintes temas: Lontras, Ariranhas, Jacarés, Tanque Observação (que poderá permitir o mergulho contemplativo), Banhados, Terras Alagadas.
Centro de Interatividade
Trata-se de um espaço onde é proposto ao público visitante um passeio didático e lúdico ao universo virtual da biodiversidade do Pantanal e Cerrado sul-mato-grossenses. O objetivo é motivar a reflexão de como vive, há quanto tempo e como foi desenvolvida a vida no meio ambiente de acordo com a ciência contemporânea.
O passeio ao Centro de Interatividade deverá obedecer a um roteiro dinâmico, com leitura textual e visual que primem pela qualidade, beleza e sentido da descoberta. Por meio dele, o público terá noções da evolução da vida no planeta, de acordo com as pesquisas que a comunidade científica multidisciplinar local tem produzido ao longo dos anos.
Uma das atrações do local será a exibição de vídeos e softwares, adaptáveis ao perfil dos visitantes. O Centro de Interatividade terá basicamente um conteúdo para o visitante regular, em níveis informativos e contemplativos e diferentes conteúdos para grupos de visitantes de diferentes níveis acadêmicos, contemplando conteúdos direcionados para visitantes desde o ensino básico até aos mais altos níveis científicos.
O conteúdo será dinâmico, devendo ser periodicamente modificado, por profissionais de comunicação e educação científica especializada em cada área, para o quê deverão ser firmados instrumentos de cooperação técnica e científica com as Instituições de Ensino Superior.
O Centro de Interatividade contará com os seguintes atrativos: formação do planeta, fósseis do pré-cambriano, artrópodes, réplica de um animal do pleistoceno, árvore filogenética, maquete geográfica, entre outras informações. Tecnologicamente será composto por fotografias, microscópios, vídeos, mesas interativas, tela holográfica, entre outros.
Centro de Pesquisa
O local será composto por um conjunto de laboratórios científicos, que se utilizará do vasto material de estudo concentrado no Aquário, para se tornar um centro de referência em pesquisa da ictiofauna pantaneira.
Serão desenvolvidas pesquisas científicas e tecnológicas visando ao conhecimento da fauna aquática para sua preservação, bem como para o seu uso econômico de forma segura e sustentável. Esse conjunto compreende laboratórios de biologia sobre os biomas existentes no Estado.
Biblioteca da Biodiversidade
A Biblioteca reunirá todo o conhecimento disponível sobre biodiversidade, com ênfase na Ictiofauna Pantaneira, envolvendo uma área física para consultas in loco e estações de trabalho (terminais computacionais), devendo, predominantemente, ser estruturada de acordo com o conceito de biblioteca digital/virtual.
O aquário contará em seu acervo eletrônico, com as obras disponíveis nos sistemas estadual, nacional e internacional de bibliotecas. Além disso, terá um dos servidores que hospedará o banco de dados e os resultados do programa Biota-MS, com a disponibilização de todas as coleções sobre a Biodiversidade de Mato Grosso do Sul, além de teses, dissertações, monografias e artigos técnicos e científicos sobre esta biodiversidade.
Raquel dos Passos, colaborou Débora Bordin/ Assessoria de Comunicação da Fundtur-MS
Foto corpo do texto: Bolivar Porto
Foto em destaque: Mário Hada