Campo Grande (MS) – Na última semana, reunião entre Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur) e Ministério do Turismo (MTur) discutiu os protocolos e procedimentos de implementação do Selo de Boas Práticas e Condutas Sanitárias para o turismo. O selo será orientativo e pretende ajudar a validar as boas práticas dos prestadores de serviço e empreendimentos turísticos diante da pandemia do novo coronavírus.
Segundo Bob Santos, secretário de Integração Interinstitucional do MTur, o selo integra o Plano de Retomada do Turismo Brasileiro. “Ele foi baseado em cases de sucesso de países que implementaram o serviço na retomada do turismo, então o Ministério começou a compilar juntamente com aquilo que as associações nacionais já haviam criado em cada segmento. Pegamos protocolos recebidos nacional e internacionalmente e formatamos para validação da Anvisa. O trabalho agora é unificar os protocolos”, explica Santos.
O presidente do Fornatur e diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (FundturMS), Bruno Wendling, fala sobre a participação de várias entidades e empresários do setor na criação do Selo. “Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, tivemos demandas de municípios com atividades específicas e, com a participação de associações do setor, foi desenvolvido um protocolo para a realidade local. É possível contribuirmos com os protocolos, juntar as regiões turísticas e fazer a convergência do que já foi criado, tanto no MS quanto no Ministério, fazer um pari passu para que os empresários e prestadores não tenham dificuldade em implementá-los, possam obter os selos locais e do MTur sem sobreposição”.
Ainda segundo o MTur, com a implementação do Selo os destinos se qualificam melhor, pois terão prestadores e empreendedores registrados seguindo protocolos de segurança sanitária, os empreendimentos e prestadores de serviços saem da ilegalidade e todo o turismo brasileiro ganha com uma política pública integrada.
Wendling ressalta o papel fundamental do Fornatur na mudança do posicionamento do Selo. “A partir de defesa técnica do Fórum e mais 19 entidades do setor, foi solicitado ao MTur mudança na comunicação do Selo, que havia sido lançado, voltada para a responsabilidade tanto dos empreendedores, quanto turistas. Esse novo posicionamento e os protocolos reforçam a importância de termos ambientes saudáveis visando um turismo responsável”, finaliza.
O Selo
Lançado nesta quinta-feira (04.06) em evento online, realizado pelo Ministério do Turismo com a participação do presidente do Fornatur, Bruno Wendling, e outras entidades do trade, o selo “Turismo Responsável – Limpo e Seguro” é uma chancela de pertencimento para o empreendedor poder transparecer segurança ao cliente e a divisão da responsabilidade será feita com o turista, que deverá seguir as orientações. Os protocolos sanitários são recomendados para 15 segmentos turísticos e só poderão participar empreendimentos e prestadores de serviço que estiverem em dia com o cadastro no Cadastur, como meios de hospedagem, agências de viagens, guias de turismo, restaurantes e similares, transportadora turísticas, organizadoras de eventos, entre outros.
O Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ressaltou a parceria do Fornatur e entidades do trade que contribuíram para a elaboração do selo. “Com essa iniciativa, o Brasil se posiciona no cenário doméstico e internacional como um destino seguro e preparado para atender um novo perfil de turista que surgirá após a pandemia. Um turista mais interessado e preocupado com a adoção de medidas sanitárias e de higiene. O selo criado pelo Ministério do Turismo é gratuito e será utilizado em todo o Brasil, sendo um diferencial extremamente relevante nesse “novo” turismo. Apesar de trabalharmos neste momento com 15 segmentos turísticos, poderemos ampliar esses protocolos a qualquer momento”, comentou o ministro.
Os empreendimentos e prestadores de serviços turísticos poderão solicitar seu Selo de Boas Práticas e Condutas Sanitárias através do site www.turismo.gov.br/seloresponsavel/ onde farão um registro. Ao fazer o registro para adquirir o selo, o empreendedor também aceita que realizará uma qualificação dos funcionários. Haverá vídeos instruindo sobre os procedimentos e um QR Code que permite a leitura de várias ferramentas no site. O empreendedor terá acesso a um enxoval de artes gráficas que podem ser usadas de várias formas e onde pode ser inserido a identificação do seu estado. O Selo deverá ser impresso e colocado ao lado do selo Cadastur em local visível no empreendimento. No caso dos guias de turismo, haverá um treinamento por vídeo e, ao aceitar os termos ao final do treinamento, poderá ter o selo identificado em seus crachás.
O turista deverá ser informado sobre o uso do QR Code ao chegar no empreendimento. Com isso ele poderá saber se o empreendimento ou prestador está validado, poderá realizar reclamações e ter acesso a todos os protocolos sanitários que devem ser cumpridos. O selo é autorregulamentado, porém o MTur fará um ranqueamento dos empreendimentos de acordo com a avaliação dos turistas que darão nota da mesma forma como avaliam um motorista de aplicativo, por exemplo. Trimestralmente os melhores qualificados serão divulgados até mesmo para instigar a concorrência para melhorar seus serviços.
Débora Bordin – Fundação de Turismo de MS
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