Campo Grande (MS) – Um dos mais importantes ecossistemas do Brasil e maior planície inundável do planeta, o Pantanal mantém o título internacional de Reserva da Biosfera (RB), designado pela Unesco. O status é um instrumento de conservação que favorece a descoberta de soluções para problemas como o desmatamento das florestas tropicais, a desertificação, a poluição atmosférica, o efeito estufa, entre outros. A medida só foi possível graças ao esforço das equipes técnicas do Governo de Mato Grosso do Sul, por meio do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, as ações tiveram início em julho de 2016 quando os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso se uniram com o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Conforme o secretário, a manutenção do título foi anunciada nesta quinta-feira (26), após a 23ª Reunião do Comitê Internacional de Aconselhamento das Reservas da Biosfera (IACBR 2017), realizada em Paris.
“Como é do conhecimento público, o Pantanal foi designado pela Unesco como Reserva da Biosfera no ano de 2000. Entretanto, o IACBR fez sérias recomendações ao governo brasileiro sobre o nível de implementação da RB Pantanal, colocando em risco a permanência do título à maior área úmida continental do planeta. Assim, o Governo Federal nos acionou bem como ao estado do Mato Grosso para elaboração do Plano Emergencial para a RB Pantanal, com ações de curto, médio e longo prazo. Nesta quinta (26) recebemos a notícia de que os documentos brasileiros referentes a RB Pantanal e a RB do Cerrado foram aprovados pelo Comitê”, comemorou o secretário.
Com isso, o Pantanal permanece apto a dar continuidade às ações que implementarão a RB Pantanal. O próximo passo será dar posse aos Conselhos Estaduais da RB Pantanal dos dois estados: Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
A Reserva da Biosfera do Pantanal (RB Pantanal) abrange os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e uma pequena parcela de Goiás, mais precisamente, o Parque Nacional de Emas, incidindo na região do Pantanal Mato-Grossense e das áreas de influência das cabeceiras dos rios que estruturam o sistema hídrico da planície pantaneira.
Reserva
A Reserva da Biosfera do Pantanal foi criada em 2002 com o objetivo de garantir a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável da região. Durante a reformulação, a Unesco cobrou a criação de um conselho deliberativo da Reserva, sob pena de retirar o status – etapa já superada.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a primeira Reserva da Biosfera criada no Brasil foi em 1992, foi para salvar os remanescentes de Mata Atlântica. O Programa Internacional Homem e a Biosfera (MaB) aprovou em outubro de 1993 dois outros projetos propostos pelo Brasil: a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, integrada com a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, e a Reserva da Biosfera do Cerrado do Distrito Federal. Em 2001 foi criada a Reserva da Biosfera da Caatinga, que cobre uma área de 198.000 Km². Ao todo são 7 Reservas da Biosfera no país: Mata Atlântica, Cinturão Verde de São Paulo, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Amazônia Central e Serra do Espinhaço.
As Reservas da Biosfera devem cumprir de forma integrada três funções:
-Contribuir para conservação da biodiversidade, incluindo os ecossistemas, espécies e variedades, bem como as paisagens onde se inserem;
-Fomentar o desenvolvimento econômico que seja sustentável do ponto de vista sócio-cultural e ecológico;
-Criar condições logísticas para a efetivação de projetos demonstrativos, para a produção e difusão do conhecimento e para a educação ambiental, bem como para as pesquisas científicas e o monitoramento nos campos da conservação e do desenvolvimento sustentável.
Mais informações podem ser conferidas no blog da RB Pantanal.
Diana Gaúna – Subcom.
Foto em destaque: Morro da Penha na Serra do Amolar – Crédito: Bolivar Porto