Autor do guia turístico South American Handbook escreve sobre visita a Mato Grosso do Sul

Categoria: Geral | Publicado: sexta-feira, maio 13, 2016 as 10:31 | Voltar

Campo Grande (MS) –  O jornalista Ben Box, autor do guia Footprint South American Handbook, esteve em Mato Grosso do Sul no início de novembro com apoio da Fundação de Turismo de MS. O intuito foi recolher informações e atualizar a publicação. O guia turístico é voltado para mochileiros e usado, principalmente, pelo público internacional. Veja abaixo a matéria traduzida e confira a original clicando AQUI.

Explorando o Rio Taquari

Ben Box, autor do South American Handbook, reflete sobre sua visita ao Mato Grosso do Sul, em novembro de 2015.

As estradas de Mato Grosso do Sul cortam terras agrícolas aparentemente intermináveis: terra vermelha, campos de gado, campos de soja, sorgo, algodão e açúcar, silos e máquinas de grande porte. Ocasionalmente, a planície é quebrada por plantações de eucalipto que serão cortadas para alimentar os fornos que secam a soja depois de sua colheita. Apesar das muitas controvérsias que rodeiam esta produção industrial de carne e de soja, é difícil não ficar impressionado, mas também triste com a escala dessa atividade.

Victor está conduzindo nosso grupo para a cidade de Costa Rica. Em um certo ponto, nós deixamos a estrada pavimentada e pegamos uma trilha que leva até os campos da Fazenda Planalto. Um sinal indicava que aqui era o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, mas não parecia muito encorajador, a menos que o parque estadual fosse de fato apenas um outro pedaço de terra com algumas fontes borbulhando fora dele. Passamos por um grupo de grandes tratores e outras máquinas e paramos em um local de Turismo de Agro-Negócio. A equipe ficou feliz em conversar sobre o equipamento, o plantio e a colheita, quais as culturas eram mais fáceis e quais eram mais difíceis. Não foi problema fazer uma pausa com a gente pois a plantadeira de que eles estavam usando teve um problema mecânico de modo que não poderia continuar com seus afazeres.

“Podemos tirar fotos?”

“Sim, claro, mas por favor não fotografe aqueles equipamentos grandes que estão puxando lá em cima. É novo e nós não queremos que nossos concorrentes copiem”.

Em contraste com a mais recente tecnologia, de um lado está um vagão R & R, com bancos e mesas e um reboque amarrado atrás.

Continuamos pelos campos à margem distante que foi desmatada e arborizada. Em um portão encontramos outra placa do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, que parecia mais promissora do que a primeira. Um caminho curto conduziu através das árvores e de repente estávamos em um ponto de vista favorável, um afloramento de rocha com vista para a reunião de seis canyons. A terra caiu drasticamente afastado da densa floresta, onde surgem pináculos, contrafortes e platôs. Ao longe se observa a borda ocidental do planalto central brasileiro e, a seus pés, as elevações que, eventualmente, descem para as zonas húmidas do Pantanal.

O Rio Taquari, cujas diferentes nascente se encontram entre os canyons, foi um dos cursos de água importantes para os exploradores do interior brasileiro. Eles remaram ao longo dele durante a viagem de seis meses a partir dos campos de ouro de Cuiabá para São Paulo. À medida que o comércio de ouro diminuiu, o interesse do rio passou para pescadores e, no final do século 20, Coxim, na confluência dos rios Taquari e Coxim, tornou-se uma meca para a pesca esportiva no Pantanal oriental. Em 2015, o turismo de pesca está dando lugar ao ecoturismo.

garça moura ben box

Novembro é um dos meses da piracema, quando os peixes estão em desova e a pesca é proibida. É um bom momento para encontrar um barqueiro. Célio leva Ariel, do escritório de turismo Coxim, através das águas rasas e turbilhões de rio. Baías, enseadas tranquilas desenham o Taquari e são conhecidos como o Berçário do Pantanal, o viveiro do Pantanal. Nós rompemos de uma barreira de jacintos d’água até um pequeno lago rodeado por mata de galeria. Em todos os lugares existem aves: garças, biguás, biguatingas, cafezinhos que andam sobre a vegetação flutuante; bem-te-vis, cardeais, freirinhas e tesourinhas agarrando-se aos galhos; tucanos, papagaios e águias pescadoras. A água está viva com moluscos e pequenos peixes, inclusive o prateado e vermelho Mato Grosso, mais curtos do que a largura de um dedo.

capivara ben box

Depois de uma manhã no rio, chegamos a um ponto de desembarque. Ariel e eu deixamos Célio em uma fazenda onde havia uma pick-up convenientemente esperando por nós para a exploração da tarde do Pantanal em terra – muitos mais pássaros, rebanhos de capivara e lagoas lotadas com jacarésn. Mas, primeiro, nós paramos para o almoço no Bar Barranqueira, o restaurante pantaneiro do Sr. Joaquim Touro e sua esposa Iracema. Assim que nos sentamos à mesa, um comboio de seis caminhões de gado passou levando 390 das seis milhões cabeça do Pantanal para o abate.

peão de fazenda ben box

Como chegar:

Há três ônibus diários entre Campo Grande e Costa Rica, 6 ½ horas, US $ 24.

Coxim está a 4½ horas de ônibus de Campo Grande, US$ 15,50-17, e 7½ horas de Cuiabá, US$ 18,50-23.

Ben Box visitou Costa Rica e Coxim, com a assistência da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur). Ele gostaria de agradecer a Karla Cavalcanti, Nelson Cintra Ribeiro, Lívia Davi e Geancarlo Merighi da Fundtur em Campo Grande; Victor Renato da Associação de Monitores Ambientais Sucuriú (AMAS) em Costa Rica; e Ariel Albrecht, Gerente Municipal de Turismo, Coxim.

Confira matéria original clicando AQUI.

Débora Bordin / Assessoria de Comunicação Fundtur-MS

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