O Brasil tem cerca de 10 milhões de artesãos. Gente criativa que vive de bordar, costurar e esculpir, e que comercializa seus produtos em diferentes espaços como feiras, mercados ou centros de artesanato. É a arte e a cultura de um povo refletida em diversos produtos, uma arte passada de geração em geração. Comemorado neste sábado (19), o Dia Mundial do Artesão deste ano terá um sabor especial, será a primeira celebração da data após a regulamentação da profissão, em 22 de outubro de 2015.
A lei 13.180 que estabelece diretrizes para as políticas públicas de fomento à profissão contou com forte apoio do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. “A regulamentação da atividade do artesão foi uma grande conquista para um setor com tanto potencial para desenvolver a economia e preservar o patrimônio do país”, avalia o ministro.
Com a venda de suas peças para os turistas, os artesãos movimentam a economia local, geram emprego e renda não só para a família do artista como também para toda a sua comunidade. Apesar da importância econômica, o artesão só passou a ter direito a carteira nacional do artesão, linhas de crédito e qualificação com a sanção da lei.
A artesã Raquel da Cruz Lima, 30 anos, de Ponte Alta (TO), produz bijuterias e acessórios a partir do capim dourado e suas peças agradam clientes de todo o Brasil e até da França e dos Estados Unidos. “Sou apaixonada pelo capim dourado, amo o que faço e não troco minha profissão por outra”, conta a artesã autodidata que está ensinando o ofício a seus dois filhos.
De Norte a Sul do país, o artesanato brasileiro tem características diferenciadas, cada qual com a influência de suas comunidades locais e matéria-prima disponível na região. A Agência de Notícias do Turismo selecionou algumas delas:
Norte – O artesanato tem forte influência indígena, com uso de palha, fibras de açaí e penas de animais. No Pará, destaque para a cerâmica Marajoara, produzida na Ilha de Marajó e que encanta com variadas formas e padrões de decoração. No Tocantins, o rei é o capim dourado do Jalapão que transforma-se em cestos, bolsas, brincos e chapéus.
Nordeste – Seu riquíssimo artesanato produzido pelas rendeiras que fazem a renda de bilro, a renascença, o filé, o labirinto, ponto de cruz e o richelieu encantam os turistas. Também merecem destaque as xilogravuras de Jorge Luis Borges em Pernambuco, as garrafinhas com areias coloridas no Ceará e no Rio Grande do Norte e os bonecos de barro do mestre Vitalino, em Caruaru.
Centro Oeste – O cerrado é o protagonista do artesanato produzido na região. Usa-se muito flores secas e sementes para a produção de bandejas e enfeites de casa. Próximo ao Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a influência indígena também está presente nas cerâmicas, no artesanato em madeira, cipó e fibra de tucumã.
Sudeste – Em Minas Gerais, o artesanato é representado pela pedra sabão em objetos de cozinha, pelas cerâmicas produzidas em Jequitinhonha e as carrancas que afastam maus espíritos nos barcos do Rio São Francisco. As panelas de barro do Espírito Santo são Patrimônio Cultural.
Sul – As cuias de beber chimarrão de influência indígena são muito comuns. As malhas de tricô para aplacar o frio e os produtos feitos em couro também fazem parte da cultura local. Em Santa Catarina, o artesanato da palha do trigo e a renda de bilro também são típicos.