Na tarde de quarta-feira (27), no auditório do Bioparque Pantanal, foi lançada a terceira edição da Feira Internacional de Destinos Inteligentes (FIDI), segunda no Brasil, que vai ser realizada em Bonito de 19 a 25 de março. A FIDI é um encontro que se propõe a compartilhar experiências e conhecimentos sobre o modelo Destinos Turísticos Inteligentes (DTI).
Este evento de relevância internacional é organizado pelo Instituto Cidades do Futuro (representado no Brasil pela empresa Cidades do Futuro SEL), com apoio da FundturMS, Prefeitura Municipal de Bonito, Sistema Fiems, FUNDECT e SEBRAE-MS.
A FIDI será uma experiência presencial na qual autoridades públicas, empresas, instituições, líderes em turismo e tecnologia, de diferentes partes do mundo compartilharão práticas e conhecimentos sobre o modelo de destino inteligente. Representantes de todos os setores envolvidos terão a oportunidade de posicionar seus destinos ou marcas, criar vínculos, inspirar-se e captar tendências.
Em relação ao modelo DTI, o Brasil está na vanguarda e é o único país da América Latina que possui uma estratégia nacional que foi desenhada e implementada com o apoio do Instituto Cidades do Futuro, com desenvolvimento em 20 destinos turísticos que lograram a distinção de “DTI em transformação”.
Lívia Maria Silva Souza, consultora no Instituto Cidades do Futuro, responsável pelo desenvolvimento da metodologia DTI no Brasil em parceria com o Ministério do Turismo, esclareceu que a metodologia DTI surgiu na Espanha em 2012 ao perceber a mudança no cenário, no comportamento das pessoas, no comportamento do turista e do consumidor. Ela começou a estruturar o DTI em cima da inovação, da sustentabilidade, da valorização da comunidade local. “Em 2021, o Ministério do Turismo trouxe a metodologia ao Brasil, adaptando-a, porque entende o território do Brasil diferente do território espanhol, trazendo elementos de desenvolvimento que corroboram com o turismo aqui no Brasil. O DTI tem uma base na inovação, na tecnologia, a necessidade de ferramentas tecnológicas para desenvolver os destinos, mas a DTI vai muito além. A governança, por exemplo, é um eixo temático extremamente importante, pois o turismo se faz em cadeia, se faz entre a comunidade, com a instituição privada, pública, o terceiro setor. A governança é um dos pilares em que se desenvolve o DTI, assim como mobilidade, inovação, criatividade, acessibilidade que são tão importantes. Desenvolver de uma forma bem holística, bem ampla, para que o turismo possa acontecer de forma saudável. A gente traz o turismo como uma economia limpa, o turismo só é uma economia quando bem desenvolvido e bem planejado e o DTI traz a base para um planejamento eficiente, coeso e eficaz”.
Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundtur MS (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), disse que a FIDI (Feira Internacional de Destinos Inteligentes) concretiza uma estratégia de Estado que trabalha com foco na inovação, na sustentabilidade, no turismo responsável e na governança nos últimos anos. “Quem olha o nome pensa que se trata de tecnologia. Pelo contrário, o DTI é um modelo de desenvolvimento que tem alguns pilares, e a sustentabilidade é o centro. A sustentabilidade é inerente à atividade turística. A FIDI, que acontece pela segunda vez no país, a primeira vez foi em Curitiba no início do ano, ela vai materializar a política pública do Estado de Mato Grosso do Sul na área de governança, focando na sustentabilidade e agenda climática. Nós temos em Bonito o primeiro Plano de Mudanças Climáticas do Destino Turístico do país sendo executado agora e trabalhando a inovação e tecnologia que permeia esses outros eixos. Vou convidar todos vocês para a Feira Internacional de Destinos Turísticos Inteligentes em Bonito em Mato Grosso do Sul, de 19 a 22 de março de 2025”.
O governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, afirmou que a Feira Internacional de Destinos Inteligentes faz parte de todo um processo do governo que leva muito a sério a sustentabilidade. “Quando a gente diz que sustentabilidade é sinônimo de economia, de desenvolvimento, a gente tem levado isso muito a sério no nosso governo. A gente tem conseguido traduzir todo esse ambiente de preservação da nossa biodiversidade de descarbonização da economia, de manutenção dos nossos mananciais hídricos em recursos financeiros. A FIDI faz parte deste processo. Faz parte do investimento que o governo e entidades parceiras enxergam e a gente tem atuado neste sentido, buscamos poder consolidar essa posição. A gente precisa permear a nossa cultura, a capacidade de entregar a sustentabilidade não no discurso, mas nas nossas ações, no dia-a-dia, na prática, como Bonito tem conseguido. Muito bem-vindo a FIDI. Falei para o Bruno montar uma programação robusta, inteligente, interessante, num ambiente altamente qualificado e que possa propor ações que vão levar Bonito cada vez mais ao lugar que a gente quer ver. O que aconteceu naquele município nos últimos dez anos e o que pode acontecer pelos próximos dez, eu não tenho dúvida nenhuma que a FIDI já tem lugar, espaço e voz nesta trajetória pra gente pensar junto”.
Sandra Amarilha, diretora técnica do Sebrae-MS, afirmou que a instituição está alinhada com o propósito do desenvolvimento econômico de MS. “E o turismo é essa cadeia relevante que movimenta milhões e que de fato congrega pequenos negócios de múltiplos setores: gastronomia, turismo, economia criativa. O quanto a gente já faz e o quanto ainda temos por fazer. O Sebrae conseguiu trazer para Bonito o polo nacional de referência de ecoturismo do Brasil, na nossa sede lá, porque este é um trabalho conjunto, de anos e anos, que nos proporciona a atração desses recursos, sejam eles materiais, sejam eles de competência. Agora é o degrau internacional, nós vamos apoiar a FIDI porque a gente acredita, conte conosco. É um prazer e uma honra estarmos cada vez mais unidos neste propósito de desenvolvimento desse estado”.
Juliane Salvadori, secretária municipal de Turismo, Indústria e Comércio e vice-prefeita eleita de Bonito, disse estar muito feliz com a realização da FIDI no município. “Hoje nós assinamos um convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro para trabalhar questões ambientais na nossa cidade. É um projeto que a gente estava trabalhando deste o início do ano e isso só foi possível com a parceria do nosso Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. E agora aqui, no lançamento da FIDI, estava lembrando que a gente esteve em Curitiba na FIDI, que evento incrível, o formato dele é diferente. Daí falei com o prefeito, para levar este evento para Bonito e falei com o Bruno (Wendling) que já estava articulando para trazer o evento para Bonito. E conseguimos fazer a captação de mais este evento importante para a nossa cidade. Hoje é um momento de muita alegria, de agradecimento”.
Marcelo Miranda, secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, saudou a todo o pessoal de Bonito e à equipe da Fundtur pelo excelente trabalho realizado. “Quero saudar de uma maneira especial todo o pessoal de Bonito, Juliane [Saltadori], é muito bacana trabalhar com você, você fez a diferença esses anos todos. É bacana você trabalhar com alguém que não tem medo de fazer diferente. Fizemos um Festival de Bonito com muitos avanços, muitas mudanças, mas se você não tiver alguém ali que tenha coragem de fazer, fica difícil, o trabalho que você faz ali é fantástico. Quero agradecer a todos os parceiros, a gente não constrói nada sozinho. E gostaria de fazer uma saudação especial a toda a equipe da Fundtur, essa equipe fantástica que tem feito a diferença. Vocês têm essa preocupação de colocar Mato Grosso do Sul como um destino internacional reconhecido através de certificações sérias. Essa Fundação é fantástica, ela leva Mato Grosso do Sul internacionalmente, ela qualifica todas as pessoas envolvidas com o turismo, se preocupa com a renda das pessoas”.
Raquel Belmira, coordenadora do Programa Destinos Turísticos Inteligentes na capital e que representou a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande no lançamento da FIDI, explicou que o programa Destinos Turísticos Inteligentes visa a melhora do destino tanto para os visitantes quanto para os moradores. “É um programa que abrange diversas áreas promovendo a melhoria do destino de forma turística. Com o programa você trabalha a parte de inovação, de tecnologia, de mobilidade e transporte, todos os eixos que visam a melhoria contínua do município. Isso significa vantagem competitiva em relação a outros destinos, colocando o turismo como um grande potencializador de desenvolvimento econômico e trabalhar todos esses eixos para a melhora de um produto turístico, que no caso seria Campo Grande, é de grande importância”.
Texto: Karina Lima, comunicação SETESC / Foto: Daniel Reino