Campo Grande (MS) – O Governo do Estado vai estabelecer, por meio de decreto, cota zero para a pesca nos rios de Mato Grosso do Sul, a partir de fevereiro, anunciou o governador Reinaldo Azambuja ao participar do encontro dos pescadores esportivos, no último sábado (26), em Campo Grande. O modelo da nova legislação está sendo finalizada por técnicos da secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).
Em 11 de janeiro, o governador sancionou a lei aprovada pela Assembleia Legislativa que proíbe a pesca do dourado por cinco anos, e o fim da cota de pesca amadora era uma medida que estava sendo aguardada há muito tempo pelos amantes dessa atividade e também pelo trade turístico. “É uma decisão de governo, está tomada, e na primeira semana de fevereiro vamos publicar a normativa com as novas regras de pesca”, disse Reinaldo.
Fomento ao turismo
Junto à medida, o Estado estabelecerá uma cota de pescado para ser degustado no barco ou na pousada e também definirá uma política de sustentabilidade dos pescadores profissionais. O governador adiantou que a Semagro está realizando um recadastramento de todos os filiados nas colônias de pescadores, com a participação das entidades, cruzando informações com dados do setor de pesca do governo federal. “Sabemos que há muitas irregularidades e quem é realmente pescador profissional está sendo explorado, vivendo sob pressão. Esse pescador profissional pode trabalhar como guia de pesca, ter uma renda digna”, declarou.
Com a cota zero – defendida pelo trade turístico de Corumbá, principal destino de pesca amadora do Estado -, segundo Reinaldo Azambuja, Mato Grosso do Sul vai estimular a prática da pesca esportiva, da qual é adepto, e fomentar o turismo, além de recuperar o estoque pesqueiro. “O nosso peixe está diminuindo a cada ano nos nossos rios”, atestou. “Vamos receber mais turistas, valorizar o pescador profissional e acabar com o atravessador.”
O governador lembrou que, antes de assumir o cargo, em 2015, pescou por dez anos consecutivos na Argentina, onde a pesca do dourado é proibida, e falou da emoção de fisgar uma espécie do chamado “Rei do Rio”, que hoje está desaparecendo dos rios, principalmente da bacia do Rio Paraguai. “A pesca esportiva é apaixonante, você fisgar um dourado e devolve-lo ao rio, depois de tirar uma foto, esse é o maior troféu que você leva”, disse.
Um divisor de águas
Para o presidente da Associação de Pesca Esportiva do Pantanal (Apep), Alexandre Pierin, a nova legislação anunciada pelo governador Reinaldo Azambuja, além de preservar o meio ambiente, despertará uma nova consciência no pescador e no turista. “A proibição do dourado foi uma vitória e agora, com a cota zero, haverá menos pressão nos rios, principalmente no Pantanal, e estaremos preservando também a cultura da pesca esportiva”, declarou.
Especialista em ictiofauna, o biólogo Thomaz Lipparelli, também elogiou a medida, afirmando que a cora zero será a sobreviva dos estoques pesqueiros e também um divisor de águas para o pescador profissional que vive nas barrancas dos rios. “A alternativa desse pescador está na pesca esportiva, onde ele pode ter trabalho e renda”, disse. “Hoje o pescador busca a esportividade e a cota zero vai tornar a pesca no Estado em evidência, atraindo mais turistas”,
Subsecretaria de Comunicação (Subcom) | Fotos: Chico Ribeiro