Trilha em Campo Grande oferece aventura e ensina visitantes a preservarem o meio ambiente

Categoria: Geral | Publicado: quarta-feira, junho 7, 2017 as 11:16 | Voltar

No Parque Estadual do Prosa é possível adentrar a mata e chegar ao Córrego Desbarrancado, além de visitar animais silvestres que estão em reabilitação.

Campo Grande (MS) – Aventura e conscientização sobre a importância da preservação ambiental estão presentes na trilha do Parque Estadual do Prosa, no Parque dos Poderes, em Campo Grande. As visitas – sempre guiadas, em grupos pequenos e mediante agendamento – são repletas de informações sobre educação ambiental e contato com a natureza.

Além de percorrer a mata, os visitantes podem conhecer o Córrego Desbarrancado e visitar os animais que estão passando por reabilitação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras). No local, 700 animais estão em fase de recuperação. Há onças pintadas, araras, macacos e papagaios. O passeio atende desde crianças da pré-escola a idosos.

Na Trilha dos Sentidos, o trecho total percorrido é de mil metros e começa na entrada do parque pela avenida Mato Grosso, terminando no Cras. Com duração de aproximadamente duas horas, ela inclui uma caminhada de 500 metros por dentro da mata com paradas em uma antiga represa no córrego Desbarrancado e depois quando ele se junta ao córrego Joaquim Português formando o córrego Prosa – que dá nome à reserva. O parque conta com outras sete trilhas, que neste ano passarão por reforma para funcionamento integral.

Luciano Ibanhes, trabalha há 10 anos como guarda-parque e faz um trabalho de educação ambiental com os visitantes.

No trajeto, é possível ver jatobás centenários, além de angicos brancos e vermelhos e outras espécies do Cerrado sul-mato-grossense. Visitantes mais sortudos podem cruzar com macacos, quatis, cotias, mutuns, catetos, veados, cobras e tamanduás-bandeira. Em fila indiana, os visitantes ouvem as explicações sobre a relação entre os animais, as árvores e a água. “A gente não faz só passeio. O nosso trabalho é educação ambiental”, explica Luciano da Rocha Ibanhes, que há dez anos trabalha como guarda-parque.

Lúdico

Nessa terça-feira (6.5), Luciano conduziu um grupo de alunos do Centro de Referência em Assistência Social, da Capital, que visitou o parque. “Essa é uma área de preservação permanente que o Governo do Estado protege para que o homem não destrua”, explicou.

Na expectativa por encontrar animais durante a trilha, as crianças aprenderam que cada um tem sua função na natureza. Mata adentro, foram surgindo as dúvidas: “as cobras sobem em árvore? Porque elas podem pular lá de cima”, disse preocupado um aluno. Na explicação sobre jatobás centenários, outra criança concluiu que as árvores tinham parentesco por estarem próximas e terem tamanhos diferenciados. “Essa é a mãe daquela”, apontou. “Essa aqui está de vestido”, disse outra estudante. “É a raiz dela”, explicou pacientemente o guarda.

As crianças do Centro de Referência ficaram encantadas quando viram os bichos no final da trilha do passeio.

No passeio, histórias para mostrar a interdependência entre as espécies. “Quem aqui já guardou algo e esqueceu onde estava? A cutia tem memória igualzinha à nossa e, por isso, involuntariamente planta árvores. Isso acontece quando ela enterra o côco pindó e depois esquece onde colocou. Com isso as sementes viram outra árvore. Assim a cutia e a árvore estão se relacionando. A árvore dá a comida e a cotia empresta as pernas, levando as sementes para plantar longe. Na natureza, uma coisa está ligada à outra”, comparou.

O passeio termina com a lição de que assim como a cutia, devemos devolver algo à natureza. “E como podemos fazer isso? Não sujando os córregos, não jogando lixo, não domesticando animais silvestres”, detalhou Luciano.

Para a educadora social responsável pela turma, Glauce Castoldi, a aula de educação ambiental ao ar livre auxilia na formação de consciência ambiental nas crianças. “É muito importante para ensiná-los a preservar, a conservar e ter a ciência de que tudo depende das nossas ações”, destacou.

“Hoje eu aprendi que esses animais silvestres não podem ficar em casa”, observou a estudante Daniele da Silva, de 11 anos, após ver a situação dos animais abrigados no Cras. Muitos deles sofreram mutilações durante o convívio doméstico – como o caso do macaco bugio que teve a perna amputada após ser atacado por um cachorro.

Acostumada a ter contato com a natureza nos passeios para a chácara que faz com a família, a estudante Greiciane Delgado Oliveira, de 10 anos, ficou impressionada ao ver as aves no viveiro. Muitas delas não poderão ser novamente inseridas na natureza, por não conseguirem mais sobreviver sozinhas. “Prefiro ver dessas aves na chácara, soltas e voando”, opinou.

Aves de diversas espécies estão no Cras para recuperação e adaptação para posteriormente serem soltas na natureza.

Unidade de Conservação Estadual de Proteção Integral, o Parque Estadual do Prosa possui 135 hectares. Além de preservar as nascentes e espécies da flora e fauna do Cerrado, ele tem como objetivo a educação ambiental do público, por meio das visitas feitas para sensibilizar as pessoas para a importância da preservação ambiental. A agenda para realizar a trilha é aberta todo o primeiro dia útil de cada mês para o mês subsequente. Os visitantes são divididos em grupos de até 15 pessoas e turistas têm prioridade nos horários. Mais informações estão disponíveis pelo telefone (67) 3326-1370. Confira mais fotos.

Danúbia Burema – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)

Fotos: Edemir Rodrigues

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